Em 2023, o município de Manaus registrou 504 casos das hepatites B, C e D, que podem ser transmitidas por meio de relações sexuais sem uso de preservativos e do contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de agulhas, seringas, alicate de unha e outros objetos perfurocortantes. A infecção pode causar agravos como cirrose hepática e câncer de fígado, levando à necessidade de transplante de fígado ou ocasionando a morte do paciente, caso não receba tratamento adequado.
Para alertar a população sobre a gravidade da doença, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), vai promover a campanha “Julho Amarelo”, intensificando o trabalho de prevenção e controle das hepatites virais, causadas pelos vírus A, B, C, D e E.
De acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e da Saúde do Trabalhador (Dvae/Semsa), Marinélia Ferreira, a campanha “Julho Amarelo” será executada pelas unidades de saúde e terá como foco principal o diagnóstico precoce, com reforço da oferta do teste rápido para hepatites B e C.
“Como é uma doença silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas na maior parte dos casos, o diagnóstico acaba sendo tardio. Por isso, os pacientes podem passar décadas sem saber que estão com a infecção. Sem tratamento, a doença evolui para uma situação de saúde grave, que pode levar à morte do paciente. Assim, o desafio é ampliar a detecção precoce por meio da testagem rápida”, destacou Marinélia.
Disponível em 193 unidades de saúde da rede municipal, o teste rápido permite que se obtenha o resultado em 30 minutos, sem necessidade de encaminhamento médico, a partir de análise da gota de sangue retirada da ponta do dedo do paciente.
A chefe do Núcleo de Controle de HIV/Aids, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e Hepatites Virais da Semsa, Antônia Thayná Silva, explica que em Manaus os tipos de hepatites mais comuns são causadas pelos vírus A (transmitido por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável, ou por alimentos ou água contaminados) e os vírus B, C e D (com a transmissão ocorrendo por relação sexual desprotegida e o compartilhamento de seringas, escova de dente, lâmina de barbear, alicate de unha e outros objetos perfurocortantes).
“Os vírus da hepatite atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. E na maioria das vezes não apresentam sintomas, mas podem se manifestar em alguns casos, com cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras”, informa Thayná.
Durante a campanha “Julho Amarelo”, as unidades de saúde irão intensificar ações como a distribuição de preservativos, reforçar a oferta das vacinas contra hepatite A e hepatite B, além das ações de Educação em Saúde para orientar a população sobre as medidas de prevenção.
“A recomendação é que todos os adultos realizem testagem para as hepatites virais e as pessoas que apresentem algum fator de risco maior, como vida sexual ativa, trabalhadores da saúde, profissionais do sexo e usuários de drogas, façam anualmente. É importante ressaltar que o diagnóstico acontece na maioria das vezes em pacientes com mais de 40 anos, o que pode se dar pelo fato de apresentarem complicações decorrentes da infecção por terem um maior tempo de incubação do vírus, já que podem ter passado anos ou décadas sem ter conhecimento da doença no organismo”, alerta Thayná.
Este ano, Manaus já registrou 131 casos de hepatites virais, 62 causadas pelo vírus tipo B e 69 pelo vírus tipo C.
Abertura
O início oficial da campanha “Julho Amarelo” vai ocorrer com evento que será realizado no dia 12/7, na clínica da família Fábio do Couto, no bairro Jorge Teixeira, zona Leste, às 9h. A programação contará com a testagem rápida na unidade móvel, Educação em Saúde com rodas de conversa e visita na comunidade para orientar a população.
Nos Distritos de Saúde Norte, Leste, Oeste, Sul e rural, os profissionais de saúde também irão promover ações educativas com rodas de conversa e palestras sobre prevenção, diagnóstico e manejo das hepatites virais.
“Como a doença pode ser transmitida da mãe para o bebê durante a gestação, haverá reforço nas orientações para as mulheres no acompanhamento do pré-natal”, concluiu Thayná Silva.
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Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa
Fotos – Divulgação/Semsa