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Colniza, MT, Brasil: Toras de madeira em pátio de serraria próximas ao município de Colniza, noroeste do Mato Grosso. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Classificação de madeira pode beneficiar consumidor, diz ministério

Máquina, criada pelo Serviço Florestal Brasileiro, recebe patente

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou, hoje (21), que a máquina de classificação de madeira, criada pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), proporcionará importantes vantagens para o consumidor. A ferramenta fará com que o consumidor possa distinguir qual o tipo de viga está comprando e a utilize da forma mais adequada

Explicou que a classificação permite eliminar vigas com defeitos não visíveis e proporciona funcionalidade, praticidade, economia e segurança na compra. Esclareceu, ainda, que o momento para recebimento da patente “não poderia ser mais propício”, já que  o tema de classificação de madeira está há alguns anos em pauta, e voltou a ser discutido recentemente pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que instalou comitê específico de propositura de regulação da classificação de madeira serrada no Brasil.

A classificação de vigas de madeira a partir da máquina criada pelo Sistema Florestal Brasileiro é um dos tipos de classificação mecânica que poderá ser utilizada nessa normatização da ABNT.

O que é

O nível de elasticidade de uma viga de madeira determina sua utilização no mercado de construção civil e moveleiro. Para ser utilizada na construção de uma casa, por exemplo, como viga ou pilar de sustentação, a madeira deve suportar a quantidade de quilos definida no cálculo estrutural por um engenheiro. 

Uma máquina que classifica a resistência da madeira foi criada pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e, após oito anos, conquistou o registro de patente pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). 

O pesquisador do Laboratório de Produtos Florestais e um dos inventores da máquina, Divino Teixeira, explica que o equipamento é de fácil operação, o que permite o transporte para inspeção em outras localidades, como madeireiras, e tem baixo custo de produção.  

“A máquina é um equipamento hidráulico para classificação mecânica não destrutiva de peças de madeiras, ou seja, não causa nenhum dano à peça. Basicamente mede o nível de elasticidade, resistência da madeira para que seja possível classificá-la em agrupamento de lotes de peças, bem como eliminar as vigas com defeitos não visíveis, proporcionando funcionalidade, praticidade, economia e segurança”, explicou.

A máquina é composta por uma armação de estrutura reforçada com cantoneiras de aço e dois apoios para a peça de madeira e rodízios para fácil movimentação. No centro da armação, há um sistema de aplicação de carga composto de macaco hidráulico e pistão cilíndrico hidráulico acionado por uma bomba manual ou elétrica. Aplicada de forma manual, a carga deforma (enverga) a peça. A deformação é medida por um instrumento e, com os dados obtidos, pode-se calcular a elasticidade da peça.

Na prática, a máquina proporcionará que o consumidor distinga qual o tipo de viga está comprando e a utilize da forma mais adequada. A classificação funcionará como o Selo Procel de desempenho energético, criado em 1993, que orienta o consumidor no ato da compra, indicando os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria.

Normatização

Segundo Teixeira, o momento para o recebimento da patente pela máquina “não poderia ser mais propício”. Há alguns anos em pauta, o tema de classificação de madeiras voltou a ser discutido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, que instalou comitê específico de propositura de regulação da classificação de madeira serrada no Brasil.

“A classificação de vigas de madeira a partir da máquina criada por nós é um dos tipos de classificação mecânica que poderá ser utilizada nessa normatização da ABNT”, disse.

A carta patente da máquina para classificação de peças de madeira para uso estrutural foi publicada na edição 2628 da Revista da Propriedade Industrial do INPI, concedendo o prazo de 20 anos para exploração pelo SFB em todo o território nacional. O equipamento foi criado pelos pesquisadores do Laboratório de Produtos Florestais do SFB, Mario Rabelo de Souza e Divino Eterno Teixeira.

Como se trata de uma patente, seu uso comercial com fins lucrativos depende de autorização e pagamento de royalties. Já as instituições sem fins lucrativos, como universidades, podem solicitar a autorização de uso da máquina, independentemente do pagamento de royalties.

Com a patente concedida à máquina de classificação de madeiras, o Serviço Florestal Brasileiro obteve o segundo reconhecimento pelo INPI de uma invenção em dois anos.

Agência Brasil
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