As ações de controle da hanseníase da Prefeitura de Manaus, desenvolvidas na Unidade Básica de Saúde (UBS) Lago do Aleixo, localizada na zona Leste, foram apresentadas nesta quinta-feira, 22/9, para uma equipe técnica da Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins. Desde a última segunda-feira, 19/9, a equipe do estado de Tocantins tem acompanhado a rotina do Núcleo de Controle da Hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), conhecendo as estratégias executadas para o controle da doença na capital.
Segundo a chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, Ingrid Simone Alves dos Santos, a apresentação foi uma das etapas da agenda programada para mostrar as ações que a rede de saúde de Manaus desenvolve com o objetivo de alcançar bons indicadores de controle da hanseníase.
“Mesmo uma UBS pequena como a Lago do Aleixo executa as ações de busca ativa de casos suspeitos, diagnóstico de casos novos, oferecendo exames dermatológicos, dispensando medicamentos, monitorando o tratamento do paciente até a cura e acompanhando contatos familiares e sociais dos pacientes para a detecção precoce dos casos. Esse é um trabalho que tem sido incentivado em todas as Unidades de Saúde da rede municipal, fortalecendo e facilitando o acesso do paciente ao serviço”, explicou Ingrid Santos.
O município de Manaus registrou este ano 86 casos novos de hanseníase, incluindo oito casos em menores de 15 anos, e apresenta um índice de cura de 90,91%, superando a meta do Ministério da Saúde que é de 90%. A taxa de abandono de tratamento da hanseníase em Manaus está em 3,03%, sendo que o Ministério da Saúde recomenda que o indicador seja mantido em menos de 10%, e o município atingiu 90% no indicador de avaliação de contatos sociais e familiares de pacientes, que é a meta indicada pelo Ministério da Saúde.
“Por apresentar bons indicadores, Manaus foi indicada pelo Ministério da Saúde para compartilhar as experiências com a equipe do estado do Tocantins. O Brasil todo tem um plano de ação de controle da hanseníase e todos os municípios e estados fazem o esforço para alcançar melhores indicadores e por isso é muito bom compartilhar as experiências”, afirmou Ingrid.
A enfermeira lembra ainda que, mesmo nos dois anos de pandemia da Covid-19, Manaus procurou manter uma força-tarefa para executar as ações, orientando as equipes das UBSs para fazer a busca ativa dos pacientes em domicílio, entrega de medicação supervisionada nas residências dos usuários e acompanhamento de casos para evitar o abandono do tratamento.
“Também tem sido feito um esforço para informar a população, com ações de comunicação, sobre sinais e sintomas da doença. Tudo isso tem colaborado para melhorar os indicadores e aumentar a detecção de casos, o que permite iniciar o tratamento do paciente, reduzir o risco de sequelas e interromper a cadeia de transmissão”, destacou Ingrid.
Para a técnica do estado do Tocantins, a assistente social Ieda Fátima Nogueira, a experiência em Manaus tem sido positiva. “A Semsa organizou um cronograma extenso com várias experiências, envolvendo UBSs, laboratório, consultório na rua e o trabalho na zona rural. A nossa realidade é outra, mas é importante conhecer o trabalho em Manaus, que tem tido êxito em alcançar objetivos e indicadores”, destacou.
Durante a visita na UBS Lago do Aleixo, no bairro Colônia Antônio Aleixo, a diretora do Distrito de Saúde (Disa) Leste, Rosângela Maria Castro da Silva, ressaltou que o trabalho de controle da hanseníase é feito desde o primeiro acolhimento na unidade de saúde, quando o paciente chega procurando atendimento médico, mesmo que não tenha relação direta com a hanseníase.
Rosângela explicou que os profissionais de saúde são orientados sempre a questionar sobre sintomas da doença, buscando identificar casos suspeitos para possibilitar a realização do exame dermatológico em tempo oportuno e ter um diagnóstico precoce.
“Com o diagnóstico confirmado, a equipe acompanha e monitora cada caso, observa se o paciente está tomando as medicações e são realizadas visitas domiciliares aos pacientes que faltam nas consultas, o que é feito pelos profissionais da UBS ou do Disa Leste. Muitas vezes, o paciente muda de domicílio ou tem passado por outros problemas, como questões sociais e psicológicas, o que pode fazer com que abandone o tratamento. Então, é preciso monitorar os casos de perto para que se possa intervir e evitar o abandono”, concluiu a diretora.
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen. A transmissão da doença ocorre quando uma pessoa doente, sem tratamento, elimina o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros, transmitindo para pessoas sadias que convivem próximo e por tempo prolongado no mesmo ambiente.
Na fase inicial da doença, a hanseníase é caracterizada por lesões na pele e nervos que causam diminuição ou ausência de sensibilidade. Em estágios mais avançados pode ocorrer, entre outros sintomas, formigamentos, câimbras, dor ou espessamento dos nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés, com diminuição ou perda de força muscular, inclusive nas pálpebras.
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