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Saúde

Querido do Carnaval: Energético causa danos cardíacos

Tradição nacional reconhecida mundialmente, o Carnaval reúne brasileiros e estrangeiros em uma grande festa. Seja desfilando em escolas de samba, assistindo ao espetáculo na avenida, curtindo os bloquinhos de rua ou aproveitando o feriado com a família e os amigos, milhões de pessoas saem da rotina nesses dias. Para conseguir dormir menos, ter mais disposição e até preparar drinks, os foliões recorrem ao energético. Neste contexto de excessos, a bebida se torna um verdadeiro risco para a saúde do coração.

Isto porque os energéticos podem conter quantidades muito elevadas de cafeína e outros estimulantes que têm sido associados a diversos relatos de arritmias atriais e ventriculares. “Além de favorecer o descompasso cardíaco, o consumo da bebida também gera uma sobrecarga hemodinâmica significativa. A ingestão de apenas uma lata (355 ml) pode aumentar a pressão arterial, elevar a frequência cardíaca e prejudicar o bombeamento de sangue pelo coração”, alerta o cardiologista Dr. César Jardim.

Se isolada a bebida já pode afetar a saúde, quando combinada com esforço físico e álcool, se torna um perigo iminente. Um estudo demonstrou que, nas sessões de samba, em 86% do tempo, as pessoas atingem 60-90% da frequência cardíaca máxima. “O esforço, geralmente realizado por pessoas sedentárias, somado à combinação de energético com álcool, pode causar mal-estar”, explica.

O problema ainda pode se estender depois da folia porque o consumo de álcool está associado à fibrilação atrial (FA), em uma situação chamada “Síndrome do Coração de Férias”. O uso de outras substâncias associado ao consumo excessivo de álcool também pode contribuir com o aumento da incidência de FA. Um estudo mostrou que 2,7% dos usuários recreativos de maconha desenvolveram arritmia, com tendência de aumento constante, sendo a FA o subtipo mais comum.

Embora não haja um limite claramente definido para ingestão de energético, é preciso ter cuidado com o consumo da bebida. “Não é recomendado que pacientes com doenças cardiovasculares pré-existentes que estão tomando medicamentos façam uso de cafeína ou outros estimulantes. Em indivíduos saudáveis, mais de um por dia já pode ser prejudicial”, esclarece o médico

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