Técnicos do Núcleo de Controle da Tuberculose, da Prefeitura de Manaus, coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoveram nesta sexta-feira, 3/12, uma oficina sobre o diagnóstico da doença, para alunos da escola estadual Adelaide Tavares de Macedo, no bairro da Alvorada, zona Oeste. A oficina foi organizada como parte da programação da nova edição da Exposição sobre Tuberculose nas Escolas (ExpoTB), evento organizado pelo Comitê Estadual de Controle da Tuberculose no Amazonas, que conta com a participação de representantes da sociedade civil e de instituições municipais e estaduais que atuam no combate à doença.
O chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeiro Daniel Sacramento, explica que a ExpoTB nas escolas é um evento promovido pelo Comitê anualmente, mas foi suspenso no ano passado devido à pandemia da Covid-19, sendo retomado este ano, em um processo contínuo para sensibilizar e orientar a comunidade escolar sobre as ações de prevenção e controle da doença.
“O objetivo é sensibilizar os estudantes sobre a tuberculose e conscientizar as pessoas de que o Amazonas e Manaus ainda convivem com altas taxas de incidência da doença. Então, é importante que os alunos recebam informações sobre os sintomas e como suspeitar de casos da doença. Também é uma oportunidade para combater o preconceito que ainda existe, informando os alunos que a tuberculose tem cura e que a transmissão é interrompida com o diagnóstico e tratamento, e que o paciente não precisa ficar isolado da sociedade”, destaca Daniel.
Para o coordenador do Comitê Estadual de Controle da Tuberculose no Amazonas, Euclides José de Souza Neto, o trabalho junto aos alunos é essencial para multiplicar informações sobre a tuberculose. “Os alunos fazem esse intercâmbio entre a escola e a comunidade, multiplicando as informações que recebem. E um dos principais desafios no combate à tuberculose ainda é a falta de informação, mesmo com o trabalho feito nas escolas. É importante que esse tema permaneça na mídia o ano todo porque é uma doença muito esquecida. Acredito que a sociedade civil e os governos estadual e municipal têm que melhorar esse trabalho”, afirma.
Oficinas
A programação da ExpoTB na Escola promoveu oficinas abordando os temas: “Tuberculose – o que é e como se transmite”; “Prevenção – Vacina BCG”; “Tratamento da Infecção Latente da TB”; “Diagnóstico”; “Tratamento”; e “Prevenção combinada do HIV”.
Os alunos foram divididos em turmas com instrutores abordando cada tema e orientando para a produção de material a ser apresentado no final do evento, podendo ser música, jogral, pintura ou outro produto para multiplicar o conhecimento obtido nas oficinas.
Conforme o coordenador estadual do Programa de Controle da Tuberculose da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS/AM), enfermeiro Jair Pinheiro, a intenção foi utilizar conceitos de metodologia ativa no aprendizado, assim como a educação por pares, com os alunos compartilhando o conhecimento entre eles. “Em cada oficina os alunos foram instruídos sobre um tema abordando a tuberculose, definindo a melhor forma de repassar as informações para o restante da escola”, explica Pinheiro.
O enfermeiro destaca ainda que a programação da ExpoTB nas Escolas deste ano fez alusão ao “Dezembro Vermelho”, campanha de combate ao HIV/Aids. “A tuberculose é a principal doença oportunista em pessoas que vivem com HIV e por isso é importante conhecer os dois agravos”, reforça.
Doença
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões (tuberculose pulmonar), embora possa acometer outros órgãos e sistemas (tuberculose extrapulmonar). É causada por bactérias que integram o complexo Mycobacterium tuberculosis.
A transmissão é por via respiratória (aérea). A pessoa com tuberculose no pulmão pode transmitir para outras pessoas pela tosse, fala ou pelo espirro. O contato direto com o paciente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, representa maior chance de outras pessoas serem infectadas. A tuberculose é transmitida pelo compartilhamento de roupas, lençóis, copos e outros objetos.
Incidência
Em 2020, a taxa de incidência de casos novos de tuberculose (todas as formas) foi de 93,8 casos por 100 mil habitantes, em uma redução de 12,6% em comparação com 2019. Na avaliação da média de notificação mensal de tuberculose deste ano, é possível que a taxa de incidência de casos novos seja mantida entre 80-90 casos por 100 mil habitantes.
Em relação ao número de casos novos, em 2019 foram notificados 2.345 casos de tuberculose em Manaus; em 2020, o número foi de 2.083; e este ano o número é de 1.859 casos da doença diagnosticados.
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