Manaus- O exame preventivo do câncer do colo do útero que utiliza a metodologia de coleta em meio líquido deve começar a ser ofertado em Manaus dentro dos próximos 30 dias. A estimativa foi confirmada nesta quarta-feira (3), no Laboratório de Especialidades Professor Sebastião Ferreira Marinho, na zona sul da capital, onde os exames serão processados e analisados após enviados pelas unidades básicas da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
No laboratório de referência, foram instalados os equipamentos que serão responsáveis pela etapa de processamento automático do material biológico coletado, com ‘filtragem’ de células e fixação nas lâminas, que depois serão analisadas pela equipe de citologistas da unidade, para emissão do resultado.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, esta é uma das medidas adotadas para garantir resultados mais precisos e ágeis, permitindo que as mulheres com diagnóstico positivo possam ser encaminhadas para o tratamento ainda na fase inicial da doença, quando as chances de cura são muito elevadas.
O novo procedimento será ofertado inicialmente nas unidades de maior demanda nos diferentes distritos de saúde, sendo ampliado gradativamente para as demais unidades básicas da rede municipal.
Enfrentamento
O câncer do colo do útero é o mais prevalente no Amazonas e em Manaus, no ano passado, 190 mulheres morreram em razão deste tipo de câncer.
“A expectativa é de que o tempo médio de entrega de resultado caia, de 20 para 15 dias e que, após a implementação do exame em todas as unidades da rede municipal, seja possível dobrar a quantidade de exames processados, que atualmente, é de 7,5 mil a 10 mil exames mensais”, afirma Shádia Fraxe.
De acordo com o protocolo adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o exame preventivo é oferecido em todas as unidades básicas e deve ser realizado a cada três anos desde que os dois primeiros exames anuais não tenham indicado nenhuma alteração.
A faixa etária considerada de maior risco para o câncer do colo do útero é a de 24 a 65 anos, sendo este o grupo prioritário para o rastreio. No entanto, mulheres de qualquer idade podem ser submetidas ao exame, quando houver indicação.
Apenas em 2022, a rede municipal de saúde realizou 115 mil exames citopatológicos, também chamados Papanicolau, e destes 99 mil foram na faixa etária de risco.
O câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos do papilomavírus humano (HPV), chamados de tipos oncogênicos. É um tipo passível de erradicação e, para o enfrentamento do problema, a estratégia global proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é ampliar o rastreamento e a vacinação contra o HPV, disponível na rede pública para meninos e meninas de 9 a 14 anos.