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Silencioso e de difícil diagnóstico: câncer de ovário é um dos tumores mais letais

O Câncer de ovário é o segundo tipo de câncer com maior incidência entre mulheres, ficando atrás apenas do câncer do colo do útero, e se caracteriza por ser uma replicação desordenada de células malignas que invadem primeiramente o ovário e depois podem se espalhar para outros órgãos da pelve e abdome superior.

Conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que no triênio 2023-2025 sejam diagnosticados 7.310 novos casos ao ano. Quanto ao número de óbitos, o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2020 apontou 3.921 mortes no período. A neoplasia apresenta alguns fatores de risco como idade avançada, questões reprodutivas e hormonais como a infertilidade, sobrepeso, menarca precoce e menopausa tardia, além de fatores genéticos e histórico familiar.

“De modo geral, manter uma alimentação saudável, peso adequado e a prática de atividade física são maneiras de prevenir as neoplasias em geral, incluindo o câncer de ovário. Mas não há evidências científicas que mostrem benefícios do rastreamento desse câncer na população como um todo”, explica Andreia Melo, oncologista do Grupo Oncoclínicas.

Segundo a especialista, os fatores de risco merecem atenção, já que os sintomas e manifestações clínicas que indiquem um possível diagnóstico de câncer se apresentam de maneira tardia. “O acompanhamento médico acontece de maneira diferente, por exemplo, em uma paciente identificada com uma síndrome genética que determina um maior risco de desenvolvimento do câncer de mama e ovário”.

Na fase inicial, o câncer de ovário pode não apresentar sintomas, mas à medida que o tumor evolui pode causar inchaço, aumento do volume abdominal, náusea, perda de apetite, perda de peso, indigestão, cansaço sem explicação e alterações do hábito intestinal.

Para a oncologista, o prognóstico e o resultado do tratamento estão diretamente ligados com o estadiamento da doença, se pacientes possuem o tumor de forma restrita ao ovário, e apresentam um diagnóstico precoce tem um prognóstico melhor do que aquelas pacientes que já têm a doença mais avançada no peritônio ou linfonodos abdominais ou metástase para outros órgãos sólidos.

“O estadiamento da doença traz impacto na decisão terapêutica, uma vez que se os exames de imagem mostram que provavelmente se trata de um estágio inicial, certamente essa paciente vai ser submetida a um tratamento cirúrgico, com posterior avaliação de complementação de tratamento sistêmico com quimioterapia”, complementa a oncologista.

A médica ainda ressalta que se a paciente já tem a doença mais avançada, é possível propor um esquema anterior à cirurgia visando reduzir o tamanho das lesões com ciclos de quimioterapia, deixando a paciente sem doença visível e depois da cirurgia complementar o tratamento. Em alguns casos o tratamento de manutenção com comprimidos após o término da quimioterapia está indicada.

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