Apesar das dificuldades, pesquisa mostra que 94% das empresas afirmaram que o regime de trabalho superou as expectativas
São Paulo – Com a crise da pandemia da Covid-19, muitas empresas tiveram a necessidade de mudar o regime de trabalho para o home office, 67% enfrentaram dificuldades ao aderirem a esse tipo de sistema, aponta a Pesquisa de Gestão de Pessoas na Crise de Covid-19, que foi conduzida pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Apesar das dificuldades, a pesquisa mostra que 94% das empresas, ouvidas no estudo, afirmaram que o regime de trabalho superou as expectativas e passaram a, também, contratar mais por terceirização.
Uma das tendências durante a pandemia, e também no pós-pandemia, é o home office, modalidade de trabalho que veio para ficar, além de gerar economias significantes para as empresas, em muitos casos têm se mostrado mais eficiente que o trabalho in loco (no próprio local), informa Pablo Henrique Placido da Silva Fonseca, graduado em administração de empresas, com ênfase em gestão de negócios.
“As companhias encontram facilidades na contratação, pois o trabalho remoto possibilita recrutar e gerir profissionais de todos os lugares do país, não ficando mais restrito apenas a profissionais do próprio município ou estado”, explica Pablo Fonseca, com experiência no ramo da terceirização de serviços e apoio administrativo, em consultoria no ramo de expansão regional, com contratação de pessoas e gerenciamento de equipes.
O profissional, também, ressaltar que a qualidade de vida dos empregados tem melhorado por não despendem mais do tempo de locomoção no trânsito, e por outros benefícios como: flexibilidade de horários, comodidade e economia de custos.
A incerteza da continuidade da pandemia fez com que o home office ganhasse força em todos os seguimentos, diz o administrador de empresas, e a necessidade de não aglomerar pessoas em escritórios devido à Covid-19, revelou que o trabalho em casa é uma ferramenta eficaz no desenvolvimento das atividades e na eficiência dos resultados. “A instabilidade econômica, ajudou este novo nicho se firmar, pois muitas empresas buscavam redução de custos com a manutenção de funcionários e um crescimento no mercado, atributos que geralmente caminham em lados opostos, mas o home office veio e mostrou que era possível atender estas demandas”, declara Fonseca.
Diferente do trabalho home office, avisa Pablo, encontrasse o setor de terceirização, que no início da pandemia viu uma grande oportunidade de crescimento devida à falta de previsibilidade do término, e atrelada à crise econômica as empresas têm recorrido aos terceirizados. “Com isso, elas conseguem reduzir os custos por não precisar administrar contratações e demissões, e diminuem os riscos com passivos trabalhistas, que por sua vez tem sido muito recorrente devido as oscilações de mercado, desemprego, fatores externos, lockdown, fim do auxílio emergencial, entre outros”, menciona o administrador de empresas.
De acordo com dados do Suplemento de Relações de Trabalho e Sindicalização da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, dos 51,7 milhões de empregados na época da pesquisa, 9,8 milhões (18,96%) eram terceirizados. Em dados mais atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2018, apontou que 22% dos trabalhadores formais atuavam como terceirizados. E a expectativa é de crescimento de 34% em faturamento em 2021, impulsionada pela maior procura de terceirização, segundo a Fix Facilities, empresa que atua no mercado de manutenção industrial e predial.
Conforme Pablo, os empresários viram na terceirização uma alternativa que a priori seria paliativa, por que, antes, este seguimento era apenas para contratações temporárias, mas com os resultados positivos apresentados nas organizações durante a pandemia, ficou provado que veio para ficar definitivamente.
A terceirização, em 2007, passou por uma reforma trabalhista com a Lei n° 13.429, lembra o especialista, que a deu mais autonomia para a contratação de terceiros em qualquer etapa na cadeia produtiva, bens e serviços das corporações. “Esta flexibilização da lei aumentou a expectativa do crescimento exponencial deste ramo. A implantação de setores terceirizados reduz custos nos processos e traz resultados econômicos imediatos a companhias”, explana Fonseca, que tem curso em Sistema Sollus de controladoria e auditoria financeira e conhecimento nas áreas de planejamento estratégico e gerenciamento de pessoas.
“Definitivamente o home office e a terceirização são tipos de trabalhos que estão mostrando sua importância, e não há dúvidas que após a pandemia irão se firmar ainda mais nas organizações, trazendo benefícios contínuos, otimização de processos e resultados positivos”, conclui o administrador de empresas Pablo Fonseca, associado a ADETEC – Associação dos Administradores, Tecnólogos e Técnicos do Paraná e a ASAP – American Society of Adminitrative Professionals.
Estadão Conteúdo
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